Suplicy dá cartão vermelho para Sarney

politica

Senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também pediu renúncia de José Sarney

Por Luan Borges
Com informações da UOL

Suplicy dá cartão vermelho ao Sarney

Suplicy dá cartão vermelho ao Sarney (foto: AE)

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) deu um cartão vermelho para o presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AM), uma semana depois do Conselho de Ética do Senado ter arquivado as 11 acusações contra Sarney.

Suplicy levou um pedaço de papel vermelho e disse que a mensagem serviria para que os brasileiros, fãs do futebol, entenderem a importância do assunto. Suplicy ainda disse que se fosse juíz de Sarney no Conselho de Ética, tería dado o cartão. Suplicy também pediu para que seus colegas senadores repetissem o gesto.

“Quero transmitir – e falei ao presidente José Sarney pessoalmente – que para voltarmos à normalidade de funcionamento do Senado, o melhor caminho é que Sua Excelência renuncie ao cargo de presidente do Senado”, disse Suplicy, membro da bancada do partido que foi fiel da balança na operação para salvar Sarney na semana passada.

Ontem, Suplicy e Sarney trocaram farpas no Senado. Enquanto Sarney discursava sobre a homenagem feita pelo Senado ao escritor Euclides da Cunha, Suplicy criticou a posição do presidente da casa, ao agir como se estivesse tudo na mais completa paz e tranquilidade. Sarney se irritou com a crítica e interrompeu o discurso.

Para Suplicy, “o Senado sofreu um desgaste incomensurável com o arrastar dessa situação”, com uma série de denúncias contra o presidente da Casa, acusado de mau uso de recursos públicos e de influir para a contratação de familiares e assessores para cargos no Parlamento.

Sarney não estava no Senado no momento do discurso de Suplicy. Segundo ele, Sarney estava dando uma entrevista em seu gabinete.

Suplicy diz que está sendo motivado pelo “clamor das ruas”. Uma recente pesquisa do Insituto Datafolha informou que a maioria dos brasileiros querem a saída de Sarney da presidência do Senado.

Repórter do CQC é agredido por segurança de Sarney

politica

Danilo Gentili foi agredido enquanto tentava entrevistar presidente do Senado

Com informações do Congresso em Foco
Luan Borges

Danilo Gentilli é derrubado por capanga de Sarney

Danilo Gentilli é derrubado por capanga de Sarney. Foto: Agência Estado

O humorista e repórter do programa “CQC – Custe o Que Custar”, da TV Bandeirantes, Danilo Gentili, foi agredido enquanto tentava entrevistar o presidente do Senado e ex-presidente, José Sarney, acusado de empregar parentes através de atos secretos.

A confusão aconteceu durante a saída de Sarney da sessão plenária desta quarta-feira (1º), que foi encerrada mais cedo por causa da morte do deputado Dr. Pinotti (DEM-SP)

No caminho até a saída principal do Senado, o senador foi escoltado por seis seguranças, que evitaram que jornalistas e fotógrafos chegassem próximo a Sarney. Foi quando um deles agarrou Danilo o agarrou por trás e, com violência, jogou-o no chão.

“Eles me chutaram e me empurraram, e eu não fiz nada. Só perguntei”, afirmou Danilo. Quando perguntado se iria tomar alguma providência legal, Danilo respondeu, sem perder o bom humor: “Fazer piada. Acho legal fazer piada.”

Morre senador Jefferson Péres

Morreu nesta sexta-feira, em Manaus, o senador Jefferson Péres, líder do PDT no Senado, aos 76 anos, vitma de um infarto fulminante. Péres morreu na casa onde morava, no bairro de Adrianópolis. O senador passava o feriado de Corpus Christi com a família.

Em 2006, o senador foi candidato a vice-presidência do país na chapa do senador Cristóvão Buarque.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, divulgou uma nota lamentando a morte do senador.

“Recebi com tristeza a notícia do falecimento do senador Jefferson Péres e transmito à sua família meus sentimentos. Jefferson Péres foi um político que sempre pautou suas ações pela defesa intransigente da democracia e da ética. Sempre procurou guiar-se pelo que julgava ser o interesse público, mesmo nos momentos de divergências com o Governo. É uma grande perda para o Brasil, para a Amazônia e para o Senado brasileiro.”

Sem dúvida a morte do senador representa o fim de uma das maiores reservas morais da política no nosso país, e empurra o PDT para ser um “partido a mais” como o PMDB e o PTB. O PDT, com Lupi, se envolve num mar de corrupção, e passa longe daquele PDT de Brizola. É lamentável que a política brasileira esteja num caminho tão “lamacento”.

Após vitória na CCJ, CPMF vai ao Senado

da Folha Online, em Brasília

A base governista conseguiu aprovar ontem na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado o texto paralelo do líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), que defende a prorrogação da cobrança da CPMF até 2011. No entanto, no plenário do Senado, o Planalto contabiliza em 45 os senadores supostamente comprometidos com a renovação do imposto do cheque, informa o Blog do Josias.

Segundo o blog, o próprio líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) deixou escapar o número num diálogo que manteve no Senado nesta terça-feira. No plenário, o governo precisa aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) com o mínimo de 49 votos favoráveis em dois turnos de votação. A expectativa do governo é concluir a votação até o dia 18 de dezembro.

Na CCJ, o relatório paralelo foi aprovado com 12 votos favoráveis e nove contrários. O texto da relatora Kátia Abreu (DEM-TO), que defendia a extinção da CPMF, foi derrotado na comissão.

Para conseguir a vitória na CCJ, o Planalto colocou em ação os ministros Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Guido Mantega (Fazenda), que receberam sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para negociar um acordo com os senadores do PMDB e PDT.

Os dois ministros fecharam um acordo com os senadores aliados numa reunião realizada ontem pela manhã. O acordo prevê a redução da alíquota da CPMF já a partir de 2008, isenção para assalariados que ganham até R$ 2.894, limite para os gastos com o funcionalismo público e envio da reforma tributária.

Mantega disse que todos os lados tiveram de ceder um pouco para haver um acordo. “Cada um de nós cedeu um pouco. É claro que a base queria reduções maiores de alíquotas, mas nós temos limitações orçamentárias.”

Combinado a esse acordo, a tropa governista colocou em prática a estratégia de substituir os senadores da base tidos como “rebeldes” ou “indecisos”. Ontem, foram substituídos Pedro Simon (PMDB-RS) e Gilvam Borges (PMDB-AP). Anteontem, a líder Ideli Salvatti (PT-SC) substituiu Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) por ela mesma.

Simon foi substituído pelo líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). Borges foi trocado pela senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Com a mudança, o único voto da bancada do PMDB contrário à CPMF foi o do senador Jarbas Vasconcelos (PE). O senador Valter Pereira (PMDB-MS), que também era dúvida na votação, votou no texto de Jucá.

Proposta do governo

Pela proposta apresentada ontem, a alíquota de 0,38% sofreria uma redução anual de 0,02 ponto percentual até chegar a 0,30% em 2011. Dessa forma, ela seria de 0,36% em 2008, de 0,34% em 2009, de 0,32% em 2010, e de 0,30% em 2011.

Além disso, trabalhadores da iniciativa privada com salário mensal de até R$ 2.894 seriam isentos da CPMF. O abatimento se daria por meio da redução da alíquota de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O governo também incluiu na proposta um limitador para os gastos com funcionários públicos de 2,5% ao ano mais a variação da inflação. Mantega também se comprometeu a enviar uma proposta de reforma tributária ao Congresso até o final deste mês.

Mantega sinalizou que essa é a proposta final do governo, que não deve fazer novas concessões para aprovar a CPMF. “Nós chegamos ao limite da negociação. Para cedermos mais, teremos de desfigurar a proposta orçamentária e reduzir investimentos do governo.”

Afastamento de Renan e a história da CPMF

Na última quinta-feira, o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) se afastou por 45 dias da presidência do Senado. Coincidência, ou não, a oposição só votaria a prorrogação da CPMF (Contribuição “Provisória” sobre Movimentação Financeira) se Renan não estivesse mais na presidência da casa. Seria mais uma manobra política do governo para não perder o imposto que mais arrecada dinheiro? A oposição já disse que só vota a CPMF se Renan renunciar ao cargo. Afastamento não conta.

O Governo diz que se a CPMF não for aprovada até Dezembro, o prejuízo para os “Cofres Públicos” será de até R$19 bilhões em 2008.

A CPMF é um imposto que, na teoria, em sua grande parte é destinado à saúde. Na prática, os hospitais
do SUS estão abandonados. No Rio de Janeiro, por exemplo, os maiores hospitais estão sem remédios e equipamentos quebrados. Em Recife, a greve dos médicos agrava mais a situação da saúde.

O presidente Lula, que antes de assumir o governo era contra a CPMF, atualmente faz de tudo para que a CPMF seja aprovada. E, talvez por isso, tenha “aconselhado” Renan a afastar-se da presidência do Senado.

Renan se afastou depois da denúncia de que ele teria mandado espionar senadores oposicionistas. Com o afastamento de Renan, quem preside o Senado é o governista Tião Vianna (PT/AC).