Bases da infância perdida

A cena de crianças marginalizadas, vendendo balas no farol ou pedindo esmola na rua já se tornou comum nas cidades. Essas crianças de rua não têm acesso nem às condições mínimas de sobrevivência, cujo problema só poderá ser solucionado se as bases que o compõe forem desfeitas definitivamente.

Não basta tentar equacionar e resolver o problema unicamente dessas crianças, posto que novas crianças poderão ir para a rua, já que estas compartilham o problema com a sociedade e são produto das mazelas que afligem a classe social menos favorecida como um todo. A raiz da maioria das dificuldades é a má distribuição de renda e o desemprego.

As famílias prejudicadas por esses problemas podem não conseguir se sustentar, ocorrendo, então, a necessidade de colocarem seus filhos jovens na rua para trabalhar, em vez de estarem na escola estudando. A conseqüência disso tudo é aumento da criminalidade como forma de sobrevivência, do uso de drogas e principalmente da manutenção da cena descrita no início.

Os desafios enfrentados pela sociedade estão interligados. Práticas corruptas no governo desviam dinheiro que poderia ser investido em educação e moradia. O crime resulta em furtos e assassinatos, afetando outras classes sociais, que temem conviver com bandidos e ladrões.

A ajuda de instituições, ONG’s e até de moradores incomodados com essa realidade é válida, mas não essencial. Cabe ao governo criar oportunidades de emprego e limitar a diferença entre o maior e o menor salário, pois se essas medidas não forem tomadas, as desigualdades continuarão aumentando e nossas crianças eternamente procurando formas de sobreviver na sociedade injusta e estratificada.

Adriano é co-fundador do blog Letras Despidas:
http://www.letrasdespidas.wordpress.com

Lista completa dos “vencedores” do Framboesa de Ouro

Pior Filme: Instinto Selvagem 2
Por Atriz: Sheron Stone (por Instinto Selvagem 2)
Pior Ator: Marlon Wayans e Shawn Wayans (por O Pequenino)
Pior Atriz Coadjuvante: Carmen Electra (por Todo Mundo em Pânico 4 e Uma Comédia Nada Romântica)
Pior Ator Coadjuvante: M. Night Shyamalan (por A Dama na Água)
Pior Diretor: M. Night Shyamalan (por A Dama na Água)
Pior Casal: Shawn Wayans & Kerry Washington ou Marlon Wayans (O Pequenino)
Pior Remake: O Pequenino (remake do desenho Pernalonga)
Pior Seqüencia: Instinto Selvagem 2
Pior Fotografia: Instinto Selvagem 2
Pior Desculpa para Entretenimento Familiar: Férias no Trailer

Instinto Selvagem 2 levou 4 “prêmios” (Pior filme, pior atriz, pior seqüencia e pior fotografia)
O Pequenino levou 3 “prêmios” (Pior ator, pior remake e pior casal)
A Dama na Água levou 2 “prêmios” (Pior ator coadjuvante e pior diretor)

Fonte: Site Oficial do Framboesa

Lista completa dos vencedores do Oscar 2007

Direção de arte – Eugenio Caballero, por O Labirinto do Fauno
Melhor Maquiagem – David Marti e Montse Ribe, por O Labirinto do Fauno
Melhor Curta de animação – The Danish Poet, de Torill Kove
Melhor Curta-metragem – West Bank History, de Ari Sandel
Melhor Edição de Som – Alan Robert Murray e Bob Asman, por Cartas de Iwo Jima
Melhor Mixagem de Som – Michael Minkler, Bob Beemer e Willie Burton, por Dreamgirls
Melhor Ator Coadjuvante – Alan Arkin, Pequena Miss Sunshine
Melhor Animação – Happy Feet, de George Miller
Melhor Roteiro Adaptado – William Monahan, por Os Infiltrados
Melhor Figurino – Milena Canonero, por Maria Antonieta
Oscar especial – Sherry Lansing é homenageada pela Academia com o Jean Hersholt Humanitarian Award
Melhor Fotografia – Guillermo Navarro, por O Labirinto do Fauno
Melhor Efeito Visual – John Knooll, Hal Hickel, Piratas do Caribe – O Baú da Morte
Melhor Filme Estrangeiro – The Live of Others
Melhor Atriz Coadjuvante – Jennifer Hudson, por Dreamgirls
Melhor Documentário de curta-metragem – The Blood of Yingzhou District
Melhor Documentário – Uma Verdade Inconveniente
Oscar Honorário – Ennio Morricone
Melhor Trilha Sonora – Gustavo Santaolalla, por Babel
Melhor Roteiro Original – Michael Arndt, Pequena Miss Sunshine
Melhor Canção – I Need To Wake Up, Melissa Etheridge
Melhor Montagem – Thelma Schoonmaker, por Os Infiltrados
Melhor Atriz – Helen Mirren, por A Rainha
Melhor Ator – Forest Whitaker, por O Último Rei da Escócia
Melhor Direção – Martin Scorsese, por Os Infiltrados
Melhor Filme – Os Infiltrados, de Martin Scorsese

O jogo sujo da mídia

A forma de conduta adotada pela mídia, voltada a interesses capitalistas, resume-se em va-lorizar determinadas pessoas e ignorar outras, ou até mesmo ignorar aquelas que antes esta-vam no topo. Esse jogo, constante e irremediável, faz valer a expressão contida em um po-ema de Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”.

A influência da mídia sobre a população é tão grande a ponto de transformar pessoas em ícones, em padrões de consumo, e serem despejados sobre todos nós produtos variados que remetem a essa “celebridade”. Além de mercadoria, idéias nos manipulam subliminarmen-te, popularizando o novo padrão de consumo. Porém, logo esta pessoa pode ser criticada e ignorada pela mídia: maneira de trocar de padrão quando a exploração se esgota.

Um exemplo disso é o que aconteceu com o jogador Ronaldo. No início, fazia muitos gols, logo era muito comentado entre as pessoas. A mídia elevou sua imagem a “fenômeno”, fazendo com que até imitassem seu corte de cabelo. No entanto, quando o jogador passou a contribuir menos no futebol, foi tachado de fora de forma, acima do peso.

A maior ferramenta da mídia para a propagação dos padrões de consumo é o marketing. Este fortalece o capitalismo, consolidando-o com o consumismo. A moda, o futebol, o ci-nema e outros setores populares são fontes de símbolos, dos quais a mídia pode destacar quem pretender, de preferência aqueles que estão na boca do povo.

A história se repete, pois, como foi dito, há uma troca constante de padrões. Sempre haverá alguém valorizado e alguém criticado, não há como uma única pessoa conter esse jogo. O maior responsável pela popularização dos símbolos não é a mídia, esta tem o papel maior de criá-los, e sim a população, que em seu convívio coletivo dissemina as idéias e valores dos meios de comunicação, ou seja, apenas reproduzem o que lhes é apresentado. Sempre foi assim. Espero que não seja mais, mas não posso esperar nada.

Adriano escreve para o blog Letras Despidas:
http://www.letrasdespidas.wordpress.com

Esqueça o desenvolvimento sustentável

Quando o ser humano começou a tomar consciência de que sua atuação na Terra, atrelada à incessante evolução da tecnologia, era maléfica ao equilíbrio do planeta, talvez já fosse um pouco tarde. A Amazônia já havia sofrido, a concentração de gás carbônico na atmosfera era maior do que o normal, a camada de ozônio estava danificada, muitas espécies em risco de extinção etc. A partir daí, o homem criou o conceito de desenvolvimento sustentável como maneira de acabar com os problemas.

Na realidade, chegamos a uma poluição tão grande que, mesmo aplicando o desenvolvimento sustentável, a inércia das nossas ações ainda trará graves conseqüências. Assim como num carro, se pararmos de acelerar, ele vai continuar andando mais alguns metros por causa da inércia. O que devemos fazer é pisar no freio. Para isso, só com uma ‘retirada’ sustentável. Para explicar melhor, vou usar o exemplo do aquecimento global.

Não basta só reduzir as emissões de gás carbônico e outros gases poluentes, a grande meta e o grande dilema do século XXI. Também precisamos reduzir a quantidade desses gases já emitida. Como fazer isso?

Não é fácil, mas há projetos de estudo em cima disso. Uma das maneiras é enterrar o gás carbônico em poços de petróleo já vazios, em minas de carvão mineral que já se esgotaram, e outros lugares. Outro jeito é forçar um aumento da absorção desse dióxido de carbono, trocando em miúdos, seqüestrar o carbono. É possível fazer isso com largos projetos de reflorestamento ou podemos multiplicar as algas oceânicas, responsáveis por mais de 90% da produção de gás oxigênio, pelo processo de fotossíntese.

Ou seja, o problema é complicado. Se o homem tivesse uma consciência ambiental há alguns séculos, e naquela época já aplicasse o desenvolvimento sustentável, não chegaríamos aonde chegamos agora. A responsabilidade aumentou, pois além de aplicar o desenvolvimento sustentável, devemos iniciar também a tal da ‘retirada’. Caso contrário, os efeitos que menos desejamos serão sentidos praticamente da mesma forma daqui a algumas décadas.

Adriano é articulista do blog Letras Despidas:
http://www.letrasdespidas.wordpress.com