A cena de crianças marginalizadas, vendendo balas no farol ou pedindo esmola na rua já se tornou comum nas cidades. Essas crianças de rua não têm acesso nem às condições mínimas de sobrevivência, cujo problema só poderá ser solucionado se as bases que o compõe forem desfeitas definitivamente.
Não basta tentar equacionar e resolver o problema unicamente dessas crianças, posto que novas crianças poderão ir para a rua, já que estas compartilham o problema com a sociedade e são produto das mazelas que afligem a classe social menos favorecida como um todo. A raiz da maioria das dificuldades é a má distribuição de renda e o desemprego.
As famílias prejudicadas por esses problemas podem não conseguir se sustentar, ocorrendo, então, a necessidade de colocarem seus filhos jovens na rua para trabalhar, em vez de estarem na escola estudando. A conseqüência disso tudo é aumento da criminalidade como forma de sobrevivência, do uso de drogas e principalmente da manutenção da cena descrita no início.
Os desafios enfrentados pela sociedade estão interligados. Práticas corruptas no governo desviam dinheiro que poderia ser investido em educação e moradia. O crime resulta em furtos e assassinatos, afetando outras classes sociais, que temem conviver com bandidos e ladrões.
A ajuda de instituições, ONG’s e até de moradores incomodados com essa realidade é válida, mas não essencial. Cabe ao governo criar oportunidades de emprego e limitar a diferença entre o maior e o menor salário, pois se essas medidas não forem tomadas, as desigualdades continuarão aumentando e nossas crianças eternamente procurando formas de sobreviver na sociedade injusta e estratificada.
Adriano é co-fundador do blog Letras Despidas:
http://www.letrasdespidas.wordpress.com
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