Informe-se: informação é poder!

No fim dos anos 90, os jornais on-line surgiram para substituir – ou pelo menos, tentar superar – o meio impresso. Em todo o mundo, começaram a surgir portais de notícias dos mais variados formatos e tipos de abordagens. O primeiro site jornalístico brasileiro foi o do Jornal do Brasil, criado em 1995, e foi ele o responsável pela criação de um novo jeito de se fazer jornalismo: o tão falado webjornalismo. Porém, muitos pesquisadores da área da Comunicação preocupam-se com o fato da Internet ser usada como uma ferramenta que faça com que os jornais impressos tornem-se obsoletos.

O ciberjornalismo, por ser um fenômeno recente, ainda não se consolidou como mídia de massa tal como os meios impressos e a TV. Mas devido ao incessante avanço tecnológico e o fácil acesso, a Internet fortalece-se cada vez mais e a previsão é de que ela supere os outros meios em termos de “audiência”.

O que o jornal USA Today fazia no passado – transformava TV em papel –, a Folha, o Estado, e tantos outros, fazem hoje com a Internet: convertem seus jornais em bits & bytes. Por um lado, esta mudança é positiva, já que poupa “o tempo que supostamente não temos”, devido à grande modernização da sociedade e nossa vida agitada e apressada. Por outro, esta inovação marginaliza os outros meios, tornando os usuários da Internet “viciados” e dependentes dela.

As chances de o jornal impresso sumir são remotas. Afinal, as pessoas são e sempre serão materialistas: não se contentam com a informação pura e simples, elas precisam tocá-la, senti-la, segurá-la, comprá-la e até guardá-la. É mais confortável ler o jornal impresso no metrô do que carregar o notebook debaixo do braço – além do fato de um jornal custar bem menos do que um notebook! Ler na tela é desconfortável, isso faz com que muitos leitores imprimam a notícia e a leiam no papel; ou seja, trocam seis por meia dúzia, já que recebem a informação da mesma forma.

Os leitores mais críticos sabem que o jornal assegura mais credibilidade que o on-line – o deadline é maior do que o da Internet, que dura apenas alguns minutos, e isso faz com que haja muitos erros de ortografia, apuração e concordância nas notícias – , dispõe de material mais aprofundado, com mais informações e análises. O grande dilema que o jornal de papel enfrenta no momento é justamente este: como torná-lo mais atrativo? Na Internet temos vídeos, imagens, sons e textos curtos e dinâmicos. E no jornal? No máximo uma foto e rios e mais rios de textos, pesados e longos. Nele, só podemos contar com a criatividade de cada redator, desde a hora de escrever o lead até o momento de publicar as melhores e mais impactantes fotos.

Sem dúvidas, a mídia de massa do futuro, a Internet, será o que a TV foi no passado: um veículo de grande audiência, alcance e fidelidade. Na rede mundial, as informações são dadas em velocidades surpreendentes, de minuto em minuto. Você só lerá aquilo que lhe interessa, ao contrário do jornal, onde você acaba lendo tudo ou pelo menos faz uma rápida “passagem de olho” em todas as manchetes. Os elementos utilizados pelos meios on-line transpõem os tradicionalmente empregados na cobertura impressa, podendo adicionar vídeos, áudios e seqüências animadas, recursos impossíveis de serem aplicados nos jornais de papel. Além disso, na web o leitor é mais ativo e participativo, ao contrário da TV, onde geralmente se consome sem questionar. Na web, deixamos nossas marcas, nossa opinião, deixamos de ser telespectadores passivos e anônimos.

Com base nesses fatos, é fácil concluir que, mesmo com o e-mail, ainda se usam as cartas e os correios; mesmo com o Skype, ainda se usa o telefone e o celular; e mesmo com os jornais on-line, ainda se lêem os veículos de papel. E, mesmo com a informação on-line cada vez mais acessível aos mais diversos segmentos sociais, o público continua a não se interessar pelos portais noticiosos, dando preferência à cultura inútil e passando infinitas horas com os olhos grudados na tela onde só circulam as maiores porcarias espalhadas pela rede mundial de computadores. Feliz ou infelizmente, os brasileiros não fazem noção do poder do qual estão abdicando, afinal, como é conhecido por todos nós: informação é poder, e só com a sábia utilização de ambos o mundo torna-se um lugar digno de se viver.

Análise: Maria Esperança

Nesta segunda, às 19h15 começou no SBT a novela Maria Esperança, baseada na novela mexicana Maria Mercedes. Como toda produção do SBT, é desacreditada pela grande mídia e por grande parte dos telespectadores. Mas dessa vez, quem não acreditava na novela teve que fechar a boca. Maria Esperança está totalmente “abrasileirada” e sem dramalhões na sua equivalente mexicana. Uma Maria guerreira que não deixa que os problemas façam-a desistir de viver. A novela iniciou logo de cara com uma perseguição policial, uma morte, um caso de preconceito, tentativa de furto, desemprego e pobreza.

A Maria do SBT não é igual a Maria da Televisa, não fica se lamentando, chorando e prometendo vingança pra tudo quanto é lado. Além de contar com um ótimo elenco que estava abandonado na Globo. Agora sim o SBT está sabendo fazer novela. Pena que recebe com pouca audiência do dramalhão “Destilando Amor”.

Aqueles vingativos que não assiste Maria Esperança por causa dos cortes que A Feia Mais Bela sofreu, está perdendo uma grande história.

Maria Esperança é exibida de segunda a sexta, às 19h15 da noite, só no SBT.

(Aos poucos iremos analisar todas as estréias do SBT nessa semana).

Fala que eu te escuto… e te manipulo!

O programa Fala Que Eu Te Escuto, transmitido pela Rede Record, propôs na madrugada desta terça-feira (27) o seguinte tema para debate: “Homossexuais: o projeto de lei significa censura para a família ou justiça para os gays?”. O Projeto de Lei nº 440/01, elaborado por Ítalo Cardoso, vereador do PT, prevê a criminalização de toda e qualquer forma de discriminação ligada à orientação sexual. Estas normas foram criadas em função dos ataques constantes que gays, lésbicas, transexuais e bissexuais têm sofrido por grupos anti-gays, principalmente em São Paulo. 

Com uma abordagem parcial e negativa sobre o tema, a reportagem-especial da atração contou somente com opiniões de bispos e advogados contrários ao projeto de lei – o que já era previsível, já que os evangélicos “demonizam” a comunidade GLBTT. No meio do programa, transmitiu-se uma espécie de “conto-de-fadas”, explicitamente sensacionalista, na qual pessoas não-identificadas falavam sobre as dificuldades que passaram quando um integrante da família assumiu sua orientação sexual. Algumas das frases absurdas ditas pela família do garoto homossexual foram: “ele vai sofrer sendo gay”, “é gay porque quer!”, “eu queria tanto ter netos…”. Engraçado que nada do que foi afirmado na “historinha” foi rebatido (a não ser no e-mail que enviei ao programa).

“Vou colocar de novo, para ENTENDEREM”. Sim, foi exatamente isso que o apresentador do programa, o bispo Clodomir Santos, disse ao mandar rodar novamente o trecho da reportagem-especial na qual o senador Marcelo Crivella faz o ‘nobre’ raciocínio: “antigamente a homossexualidade era escondida. […] Depois foi tolerada. […] Agora é enaltecida. Daqui a pouco será obrigatória!”.

Reparem em duas coisas: a manipulação do programa, quando o apresentador pede para passarem de novo este trecho específico da reportagem, para os telespectadores ENTENDEREM, PERCEBEREM, CONCLUIREM, ou seja, terem sua opinião manipulada, tomarem o depoimento do senador como verdade absoluta, já que só foram veiculadas opiniões preconceituosas no programa. E outra coisa, o senador afirma com toda certeza que daqui a pouco a homossexualidade será obrigatória… e se for, qual é o problema? Não é uma doença, não é uma anomalia, oras! Puro preconceito descarado.

As ligações dos telespectadores seguiram pelo mesmo caminho. Advogados com os mesmos argumentos e discursos preconceituosos de “pra que perder tempo fazendo lei pra bichas, elas que morram”. Um deles, o advogado Marcelo, afirmou que, como pai de família, “não gostaria de levar minha filha ao shopping e ver dois gays se beijando”. Declarações deste porte deixam evidente que a homofobia já começa em casa: enquanto os judeuzinhos, negrinhos e deficientes tem o total apoio de suas famílias, os homossexuais, não. Estes são reprimidos e levados a pensar de forma preconceituosa desde pequenos. A família é a primeira a reprimir e discriminar, com a imposição dos papéis sexuais (“menina veste rosa, e menino veste azul”, “menino brinca de carrinho, menina de boneca”) e da falta de comunicação e instrução. Qual o problema de duas pessoas do mesmo sexo se beijarem no shopping? A criança já vai se acostumando a tirar essa idéia de homofobia da cabeça e encara isso como uma coisa normal (e é normal!). Podem assistir isso à vontade nas novelas, mas não podem ver de perto?

Gays sofrem mesmo, infelizmente. Culpa da sociedade homofóbica na qual vivemos. E a Rede Record só reforçou esse comportamento, fazendo esta abordagem manipuladora, tendenciosa, parcial, negativa, preconceituosa e homofóbica de um assunto tão sério quanto a homossexualidade. Lamentável.

Para ler o projeto do vereador Ítalo Cardoso na íntegra, acesse: http://www.abglt.org.br/port/leim440.htm

SAC Sky não passa no Inmetro e culpa Directv

Chegou a hora de mais um teste do Inmetro com os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC). Os setores analisados na reportagem de hoje são as operadoras de telefonia – tanto de linhas fixas quanto de celular -, e também as TVs por assinatura.

“É aquela demora, passa um para o outro e ninguém tem resposta”, reclama uma consumidora.

O Inmetro analisou os SACs de cinco empresas de telefonia fixa: Brasil Telecom, Embratel, Intelig Telecom, Telefônica e Telemar. Quatro de telefonia móvel: Claro, Oi, Tim e Vivo. Quatro empresas de TVs por assinatura também foram avaliadas: DirecTV, Net Rio, Sky e TVA.

Os testes foram aplicados entre setembro de 2005 e julho de 2006, pelo Instituto Brasileiro de Relações com o Cliente (IBRC). Para a análise, o Inmetro criou uma metodologia própria – com as entidades representativas de todos os setores: acessibilidade, cortesia, solução, tom de voz, conhecimento, tempo de espera e tempo de retorno.

Sem se identificar os pesquisadores do instituto mandaram e-mails e ligaram para cada uma das empresas. Cada item relacionado ao atendimento recebeu uma nota, totalizando cem pontos. Para ser aprovado, o SAC deveria atingir no mínimo 80 pontos.

Dos cinco SACs de telefonia fixa testados, três não atingiram a pontuação mínima: Brasil Telecom, Embratel e Telefônica.

“Os problemas nos serviços de telefonia fixa e móvel foram, principalmente, a demora no contato. Muitas vezes você tem que tentar várias vezes para conseguir o contato e a imprecisão na resposta, principalmente quando o canal é a internet”, explica o diretor de qualidade do Inmetro Alfredo Lobo.

Em uma curta resposta ao Fantástico, a Brasil Telecom diz que, hoje, o atendimento está melhor do que na época do teste.

A Embratel afirma que os problemas registrados pelo Inmetro foram pontuais, tanto no atendimento telefônico quanto pela internet e que já foram solucionados.

A Telefônica informa que desde a realização do teste já contratou três mil novos funcionários para melhorar o atendimento.

Agora, vamos à telefonia móvel, a dos telefones celulares: os SACs de duas das quatro empresas testadas não atingiram a pontuação mínima: Oi e Vivo.

A Oi afirma que, desde que a análise foi feita, aumentou em 9% o número de atendentes, além de promover pesquisas mensais sobre a qualidade de seu atendimento.

A Vivo informa que finalizou em fevereiro um projeto que melhorou o atendimento ao consumidor. Diz que o número de reclamações junto à Anatel caiu 38% nos últimos 12 meses. E levanta dúvidas sobre o teste, alegando que o fato da análise ter sido realizada por uma empresa que tem entre seus clientes uma das operadoras incluídas no estudo, acaba por tornar questionável o resultado.

O Inmetro esclarece que todo o processo foi feito com o conhecimento e participação das entidades representativas de todos os setores e que o IBRC foi por elas indicado para aplicação do teste. Informa que as questões que reprovaram o SAC da Vivo não permitiam interpretações subjetivas, acrescenta que todos os testes estão arquivados e rebate a suspeitas de favorecimento a qualquer empresa, alegando que SACs de outros clientes do IBRC também foram considerados não conformes.

Agora, a avaliação dos SACs das TVs por assinatura. Dos quatro analisados apenas um, o da Sky, não alcançou a nota mínima.

A Sky informou que se fundiu há pouco com outra empresa, a DirecTV. Disse que, com a fusão, passou a adotar o sistema de atendimento que vinha sendo usado pela DirecTV e que foi considerado conforme pelo Inmetro.

Fonte: Fantástico

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O atendimento nota 10 da Directv é culpado pelo atendimento nota 0 da Sky, que tirou nota 94,7 e a Sky 58,3, a única que não passou. É, a culpa é da Directv!